Em uma demonstração de articulação política e compromisso ambiental, o Paraná recebeu a 13ª edição do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) durante a Conferência da Mata Atlântica. O encontro reuniu governadores das duas regiões para debater políticas públicas, firmar compromissos e alinhar estratégias voltadas à preservação de um dos biomas mais ameaçados do país.
A programação teve início com uma cerimônia solene em Curitiba, marcando a abertura oficial dos trabalhos. O governador anfitrião apresentou ações estaduais de destaque na área ambiental, enquanto os demais líderes compartilharam experiências e avanços obtidos em seus estados. A atmosfera do evento reforçou a importância de unir forças para transformar boas práticas em políticas integradas.
Um dos momentos mais simbólicos foi a passagem da presidência rotativa do Cosud para o governador do Rio de Janeiro, acompanhada pela assinatura do chamado “Cartão de Curitiba”. O documento sintetiza demandas e propostas conjuntas para proteção da Mata Atlântica, com foco em levar essas pautas a fóruns nacionais e internacionais, incluindo a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
A escolha do Paraná como sede não foi por acaso. Com quase todo seu território inserido na Mata Atlântica e um histórico de políticas de conservação, o estado é referência em preservação ambiental. Seus índices de áreas protegidas e iniciativas de fiscalização o colocam entre os mais avançados do país no tema, legitimando sua liderança nesse debate.
Durante o encontro, foi anunciada a formalização do Cosud como entidade com personalidade jurídica e sede própria em Brasília, medida que reforça sua capacidade de articulação junto ao governo federal e a organismos internacionais. Também foi lançado o “Tratado da Mata Atlântica”, um pacto interestadual que estabelece diretrizes para a criação de corredores ecológicos, projetos de restauração florestal, incentivo à bioeconomia e uso de tecnologia para monitoramento e combate ao desmatamento ilegal.
O caráter abrangente do evento ficou evidente nas discussões que foram além da pauta ambiental. Segurança pública, educação, agricultura, desenvolvimento econômico e social também estiveram na mesa, sempre com a compreensão de que a preservação ambiental está diretamente ligada à qualidade de vida e à competitividade regional. Questões relacionadas ao comércio exterior, como barreiras tarifárias, foram debatidas sob a ótica da sustentabilidade como diferencial para inserção no mercado global.
Ao sediar simultaneamente um encontro político de alto nível e uma conferência dedicada à Mata Atlântica, o Paraná reafirma seu papel como liderança nacional na integração entre desenvolvimento e conservação. Mais do que um evento, a iniciativa representa um passo concreto para consolidar uma agenda unificada de proteção ambiental, capaz de inspirar ações em outras regiões do Brasil e fortalecer a imagem do país no cenário internacional.
Com um bioma tão emblemático como pano de fundo, o estado se posiciona não apenas como guardião de seu patrimônio natural, mas como articulador de uma política que reconhece a interdependência entre economia, sociedade e meio ambiente, abrindo caminho para um futuro mais equilibrado e sustentável.
